lunes, 8 de octubre de 2012

Eleiçoes municipais do Brasil: mudança no comportamento político ou enfim o sistema foi entendido pela populaçao?

Ontem foi o dia das eleiçoes municipais no meu país. Eu já tinha escrito um post criticando o atual modelo campanha eleitoral que se faz no Brasil, como também a própria maneira da populaçao em eleger seus candidatos (para ver o post, clique aqui). Pois me sinto na obrigaçao de me retratar por algumas das minhas consideraçoes anteriores.

Alguns dados me deixaram respirar mais tranquila depois de ontem. Vi que em todo o Brasil os tais candidatos "famosos", como ex-BBB, cantores, humoristas, gente da TV, nao tiveram tanto sucesso nas urnas como era costume. E nem vou comentar sobre a campanha de alguns porque me dá um pouco de vergonha alheia, como é o caso da Mulher Pêra. Sinceramente, fiquei feliz que o povo nao vai mais tanto por algum nome conhecido, e quem sabe a partir disso esses "famosos" tentem ser elegidos da maneira como deve ser: formulando propostas e buscando soluçoes para os problemas da sociedade.

Outro dado foi o aumento do número de mulheres eleitas para o cargo de prefeitas no 1º turno, chegando a 31% a mais que nas eleiçoes de 2008. Isso deve ser considerado um avanço, ainda que o total de mulheres prefeitas no país nao passa dos 12%, o que é muito pouco e demonstra que ainda há muito o que fazer na questao de gênero.

Também a renovaçao das Câmaras de Vereadores foi outro ponto importante. Com exceçoes, em algumas capitais foi interesante o considerável nível de renovaçao, sendo a média geral em torno de 50%.

Agora, o que me preocupou foram as pesquisas eleitorais. Pelo menos na minha cidade, Curitiba, as pesquisas retratavam um cenario totalmente diferente do resultado de ontem. Eu sou um tanto crítica com relaçao à pesquisas eleitorais, nao somente pelo seu poder manipulador, mas também justamente por transmitir um realidade que talvez nao corresponda a que realmente se deveria transmitir. Se o Ibope divulga uma margem de erro de aproximadamente 3% para mais ou para menos com uma amostra de 800, 900 pessoas, nao é preciso ser um especialista para verificar a probabilidade de que esse resultado seja falso em uma cidade como Curitiba, de um milhao e pouco de eleitores. Sinceramente, acho que a justiça eleitoral, ao invés de aplicar multas a blogs baixo este conceito (como fez com o professor Tarso Cabral Violin), deveria reforçar a fiscalizaçao sobre a metodologia dessas pesquisas.

Considerando tudo isso, transmito a minha satisfaçao com a apuraçao dos votos. O Brasil é um exemplo de e-democracy e nao há dúvidas sobre a veracidade do resultado. O sistema de votaçao eletrônica brasileiro é elogiável e sou totalmente partidaria da sua continuidade.

Pois em geral, um saldo bastante positivo e uma brasileira longe de casa muito orgulhosa.

Para finalizar, uma declaraçao da Ministra Carmen Lúcia, hoje presidente do Tribunal Superior Eleitoral, reflete uma opiniao minha sobre a lei da ficha limpa, muito polêmica e evidentemente inconstitucional...

"Lei, no Brasil, para se consolidar e se manter, depende da cidadania, exclusivamente. A chamada Lei Seca, por exemplo, nos lugares em que fizeram blitz o tempo todo foi assumida pelo povo e as pessoas já não bebem. Nos lugares em que, nos primeiros dias, teve blitz e depois caiu já não se observa mais [respeito à Lei Seca]. Essa lei [Ficha Limpa], se não houver uma fiscalização direta do cidadão – o Judiciário não é capaz de fazer isso – pode, sim, ter algum retrocesso no sentido de não ser plenamente aplicada, de ter interpretações mais flexíveis. A escolha já foi mais cuidadosa. Os partidos sabiam que, no final, poderiam ficar sem candidatos e trataram de substituir [os fichas-sujas]. Isso precisa ser, permanentemente, objeto de fiscalização, controle e consolidação."

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